sábado, 29 de março de 2014

RESQUÍCIOS DA ESCRAVIDÃO

                                                    
Zélia negra. Zélia miúda e subserviente _ não tinha alternativa. Zélia, bonita não era (só por dentro). Talvez o tivesse sido quando jovem: conheci-a lá pelos quarenta _ aparentava sessenta. Mas, talvez não fosse assim tão feia: enfeavam-na o lenço de  algodão trazido sempre à cabeça, o vestido _ feito uniforme _ usado sob o avental que colocava de manhã cedinho e só tirava lá pelas nove da noite,  as chinelas velhas que arrastava sob os pés: talvez sofresse de artrose, de artrite, desses males que dificultam a nossa caminhada pelo mundo.
Zélia "era da família". Resgataram-na de um abrigo para crianças carentes (de lar, de afeto). A família que a resgatou compunha-se dos donos da casa e seus seis filhos: três rapazes e três moças; porém, das quatro moças da família (posto estar entre elas), somente ela varria, lavava, passava, cozinhava. Fazia-o de segunda a segunda, das seis às nove da noite. Para a sua distração tinha um radio de pilha na cabeceira da cama: Zélia tinha um quarto só para si. Alojaram-na no fundo da cozinha.
Ela servira aos donos da casa e aos seus filhos; depois, às crianças, filhos dos filhos dos donos da casa _ aliás, era quando a via esboçar um sorriso de verdadeira felicidade: no contato com as crianças, netos dos donos da casa. As crianças, em tendo se tornado homens e mulheres, provavelmente se lembrarão dela como alguém que fora feliz, mesmo estando obrigada a lhes servir dessa maneira imprópria (imposta, forçada); ou, talvez, jamais se questionem quanto a isso, já que a receberam por herança dos pais. Mas, feliz, jamais o fora; confessara-o a mim: " quando eu ainda era moça", disse, no seu jeito simples, "um rapaz me pediu em casamento, mas o botaram prá correr!...". Ansiava por ter o comando da própria vida; por constituir família, ter filhos, talvez.
Abrigos nessa condição ( eles, equivocadamente, intentando dar um "lar" para as crianças sob a sua guarda, fornecem mão-de-obra escrava para famílias abastadas que, servem-se dela por toda  a vida), não mais existem: o judiciário, na pessoa de um dos seus representantes, deu-lhes fim. Também a lei regulou com maior eficácia as relações de trabalho.
Segundo a "Lei de Causa e Efeito", lei natural, Zélia, em a tendo infringido, pagou cada centavo do que devia servindo àquela família (disto fui testemunha) _ penso que poderia ter sido qualquer outra família, desde que  desprovida do espírito justo e fraterno que os impediria de submeter dessa maneira um ser humano (não lhes deram alternativa senão servir-lhes). 
Mas, segundo a referida lei, eles agora é que estarão a dever-lhe (à Lei natural de Causa e Efeito). Os que a submeteram à condição escrava, impedindo-a de viver a própria vida, ver-se-ão em semelhante condição: "há de vir o escândalo, mas, ai daquele por meio de quem o escândalo vier" _ palavras do Cristo Jesus. Sobre a lei dos homens não há muito a ser dito (não por mim), portanto, paro por aqui.

 

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A RODA DAS PROXIMIDADES




Nas "rodas" nas quais a vida se incumbe de reunir os afins,  numa dessas rodas, pela constância nela de certa pessoa,  inadvertida e impulsivamente (por romantismo talvez) coloquei o coração numa bandeja. Ofereci-o sem pudor algum: "Tenho-te carinho de irmã". A resposta veio-lhe no sorriso zombeteiro que, matreiro, escapou-lhe da alma. Fingi não o perceber; contudo, seguiu-se lhe a expressão do olhar (que sabia como ninguém manter velado, de modo a resguardar-se de ter expostas as emoções verdadeiras).
Acredite no que te vou dizer: às vezes, vejo a alma das pessoas. Vi (também, na filha sangue do seu sangue, que nos estava próxima) o tanto  de   descrença e de desconfiança que depositou nas palavras ditas com tanto sentimento.
Sofri um pouco do sofrimento dos românticos que, anseiam por dividir-se! Mas, também lhes tive dó, à  aridez das suas almas! 
Mantenho-me romântica, estado que aprecio; porém, abstenho-me de apregoar o tamanho dos meus sentimentos. 
Nestes tempos natalinos, no entanto, quando os sentimentos bons nos afloram à alma, recaio no velho hábito. Digo aos amigos queridos (aqueles que em tendo lhes aberto as portas da minha alma, por ela entraram confiantes): "Ofereço-vos  a minha gratidão e sincero bem-querer. Agradeço aos céus o terem cruzado o meu caminho".
A todos (aos que saíram da "roda" e aos que continuam nela), desejo um Natal de luz e de paz, com o Rei (Jesus) no coração. À Vera.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O MENINO ERÊ




Joãozinho ginga e se remexe, e saracoteia e serpenteia _  no movimento intermitente é que confunde as gentes: o que os olhos veem? Um ser articulado movido a pilhas alcalinas? Será um bailarino, esse menino?...
Ele quando gira nos magnetiza, então, quais adultos feito bobos à própria rigidez, sob o seu comando, mantem-nos todos: estalasse os dedos à nossa frente, e a vida nem nos pesaria!...
Joãozinho é mágico, mas, por puro equívoco, cremo-nos a conduzi-lo quando no rodopio, e, à travessura, em meio às gentes, vê-se lhe o esbarrar dos braços cor de mate, noutros braços pequeninos quais os seus _ fá-lo, propositadamente. Também as pernas, diminutos gravetos, movimentam-se rumo às outras pernas, deliberadamente. 
Ouve-se, então, um grito ressentido, apoquentado:
_ Pára, Joãozinho, moleque atentado!...
Ele nos sorri, um riso articulado, que lhe põe à mostra os dentes pequeninos, de bichinho novo, recém desmamado...  Ao nosso equívoco, à nossa ignorância, dizemos aos que nos podem ouvir: "convém não sorrir, pra não dar confiança. É preciso mostrar autoridade".
O menino Joãozinho, de brinquinho na orelha e cabelo liso que só (apesar da pele escura cor de mate), cortado rente ao casco da cabeça, num corte moderninho, é tatibitate.
Vimo-lo, certa vez, arrastar-se feito bicho pelo chão: como um lagarto, um jacaré, uma cobra talvez! 
Desconfiada à sua cor de mate, ao cabelo espetado, ao jeito espevitado de menino encantado, disse-o, às gentes: o Erê está aqui à nossa frente!...
Como me convinha, servi-me da inusitada descoberta para, às travessuras, valer-me da estratégia de olhá-lo bem nos olhos (tenho lá minhas mandingas!...). Ele apercebeu-se de mim, no que nos tornamos  unidos na magia.
O menino Joãozinho, de inteligência arguta, metro e pouco de altura e constante bailado, mesmo descoberto, mantém-nos encantados.
Ao abraço fortuito que vez por outra nos oferece, ao incerto amanhã, rogamos em prece:
_ Senhor Deus, proteja esse menino. Dá-lhe um bom destino (ao menino, que o Erê disto não carece)!...

terça-feira, 12 de novembro de 2013

TAMBÉM CONFESSO QUE VIVI





Esturriquei-me sob o sol do meio-dia até vê-lo desaparecer em meio as nuvens. Combinamos que, à sua volta, de novo eu estaria lá. Fi-lo no dia seguinte àquele, no outro, e em muitos outros; aliás, sempre que me permitira o dia ensolarado e o tempo livre da obrigação de parar  frente a um relógio de ponto, vê-lo confirmar a minha presença no local e me dirigir à sala sem janelas onde permanecia trancafiada durante quase todo o dia:  movimentava papéis de lá para cá, de cá para lá, em troca de um pouco de dinheiro _ pouco mesmo (suficiente para comprar duas calças "de marca", objetos de desejo da tardia adolescência, e nada mais. Mas, quem precisa morar, comer, vestir-se, calçar sapatos, comprar remédios, artigos de higiene, toilette, etc...? Quem precisa?... Ir ao cinema, teatro, viajar, então, nem se fala! Felizmente, não existiam os Iphone, Smartphone, Ipads, Itouch, I..., quase supérfluos, porém maravilhosos).
Tinha que trabalhar por mais de oito horas por dia, durante cinco dias da semana. Não dava para tomar sol e preencher os ossos com a tal vitamina D; mas, nisso dava um jeito, já que ir à praia me saía quase de graça: ficava lá, perigosamente estendida sob o sol, como uma lagartixa preta, doida!
Comia-se mal, não se tomava sol, não se cuidava adequadamente da higiene corporal, enfim, vivia-se mal; mas, a "empresa", a do relógio de ponto, pagava o plano de saúde (que até psiquiatra tinha) _ graças a Deus!...
A pele, (afortunadamente quase negra),  besuntada com um óleo cor de âmbar desprovido  do tal filtro solar (no qual não se falava; não que eu tivesse ouvido), a tudo resistia, e eu brincava de um dia ter sido quase branca. A quantos disso duvidassem, exibia o ebony and ivory no decote "feito para mostrar" da blusa comprada nas "Lojas Sabina" (podes calcular a idade de tudo isso, que a intenção é mesmo essa, a de localizar-me no tempo; tampouco me importarei com as alcunhas), a única acessível aos bolsos parcos de dinheiro. Não fosse pelas "Lojas Sabina", eu andaria nua (provavelmente me mandariam prender, que à época isso não era comum).
Também nesses tempos estranhos, à infância repleta dos corantes vermelho bordeaux e amarelo tartrazina dos ki-sucos; do pão com mortadela (cheia de aditivos químicos), de gordura de origem "animaltratado", e, "sabe se lá mais o que"; dos biscoitinhos (de queijo e outros sabores não identificáveis) fartos em gordura hidrogenada (trans?), e, GLÚTEN, o maldito; também nesses tempos, a adolescência louca e tardia guiava-me rumo aos rótulos aliciadores das garrafas cor de âmbar que prometiam "refresco absoluto" nos dias de calor (e também nos de frio da alma), qual o conseguido na Antártida, talvez (ou será Antárctica?). Havia ainda outra garrafa cor de âmbar cujo nome era o do Deus hindu; mas, a realidade estava além disto, das sugestões dos rótulos: o que se vendia, o que buscávamos, era o prazer proporcionado pelo embotamento temporário dos  sentidos. Naquela época não se falava disto abertamente. Hoje, no entanto, a proposta é explícita: "queres ficar doidão? ... Beba tal líquido, e serás levado ao extremo (EXTREME?)! Estarás às portas do inferno (a propaganda televisiva não deixa margens à dúvida)!...
Havia ainda uma garrafinha branca, de rótulo vermelho, internacional, com um líquido escuro que misturávamos com outros líquidos anestesiantes, sabe-se lá com que fim...
Talvez eu tenha estado por um fio; porém, não desenvolvi nenhuma patologia mórbida (nenhuma facilmente identificável). À época, como hoje, havia estupefacientes de efeitos ainda mais mórbidos que os das garrafas cor de âmbar, pelos quais, felizmente, não senti nenhuma atração.
Mesmo aos excessos cometidos, saúde não me tem faltado, embora os acidentes do percurso, possíveis a quaisquer dos que aportam neste mundo. E, afora o relatado (o omitido, fi-lo por precaução), afora tudo o que vivi, sobrevivi! Como o artista, pergunto-me: "existirmos, a que será que se destina?..."
E, a Deus:
_ Ó Deus, um dia me condenarás por me ter mantido assim, como um barco à deriva, nessa passagem tão rara pela vida?...
E, aprofundando-me um pouco mais:
_ Por que,  em chegando o juízo, a maturidade, retiras-no do mundo? ...  Por que, meu Deus?...
Quando puderes, diga-me (mas não precisa ser logo).


terça-feira, 15 de outubro de 2013

Musica, não droga!... __ I




Olhando a mudinha bem de perto, deslumbrada, vi mover-se lhe o caule, lentamente, em direção ao céu.
Curiosa, acompanhei-lhe o movimento: ele, como se estivesse ciente de mim, exibia-se, numa espécie de dança _ compassadamente, ora para a direita, ora para a esquerda.
Meus olhos, preocupados em não perder qualquer  detalhe do estranho espetáculo, seguiam-no, ora para a direita, ora para a esquerda. Acompanhavam-nos o pescoço, e também a cabeça; vagarosamente, num gesto quase que imperceptível. Subitamente, estacou-se me o movimento dos olhos, do pescoço, da cabeça: o órgão  vigilante (que aos demais comandava), inesperadamente vira surgir no pequeno caule, minúsculas protuberâncias, quais pequeninos ventres, que, abrindo-se, fizeram despontar no caule já um tanto crescido, um galhinho aqui, outro ali, outro acolá _ eles, ao surgirem, faziam-no de baixo para cima, da direita para a esquerda. Retomei o movimento dos olhos, do pescoço, da cabeça. Dos galhos surgiram folhas que brotavam: de baixo para cima, da direita para a esquerda (sempre rumo ao céu); segui-o, incontinenti _ movia os olhos, o pescoço e a cabeça , da direita para a esquerda, de baixo para cima (pausa)...
O caule, agora adulto, tinha no seu topo um ventre inchado, macio e cor de-rosa, do qual vi brotar uma pétala. E outra, e mais outra, e outras mais; de fora para dentro, em  todas as direções _ restou no seu centro, diminuto botão.
Diante de tamanho deslumbre, paralisou-se me por completo o movimento! _ Minha Nossa Senhora, que viagem!... 
Tudo ao som de "Epona", by Enya.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Onde estiveres, saiba que o amamos

Nosso Tio Durval (meu, e de incontáveis criaturas que tiveram o privilégio de dividir com a dele, a existência), defensor da satisfação das necessidades primordiais _ do corpo, e, paulatinamente, do espírito _, era brizolista:  "à criança é necessário o alimento e o ensino", dizia.  E, num tom apaixonado: "vejam a maravilha desse projeto, que as mantem durante todo o dia na escola, resguardadas dos perigos dos lugares onde vivem". Dizia-o, com a fala rápida e a entonação firme. 
Movidos pela implicância contra o político, dito "populista", a quem se atribuía fatos desabonadores que, conhecíamos, por ter ouvido falar, fazíamos: arghh... (às suas costas, que o amávamos demais para o submeter a qualquer contrariedade). Manifestávamos a indiferença fria dos que não sentem fome; dos que têm, protegidos, os filhos nos lares; dos  acostumados a tecer discursos inflamados sobre o que realmente resolve, sem levantar os glúteos da cadeira à frente da televisão, repleta de notícias alheias...
Tomado de  compaixão pelo semelhante, ele dividia com quantos o procuravam em busca de auxílio (e  eram muitos os que o faziam), o alimento, a palavra boa, o dinheiro tirado do próprio bolso. Importava-lhe que tivessem o pão à mesa e o espírito reconfortado. 
Convicto das realidades espíritas, não perdia oportunidade de ensinar aos que compartilhavam da  sua crença.
Certo dia, aborrecida por mais uma vez ter dado vazão à belicosidade que me caracteriza o espírito vulgar (comum), perguntei-lhe:
_ De onde vem essa ira, essa gana, que trazemos dentro de nós?...
_ Do tempo em que éramos bichos _ respondeu-me.
A resposta satisfez-me _ mas, convém explicá-la aos que professam outras doutrinas (estes decerto a terão achado um tanto esquisita): segundo os ensinamentos espiritualistas, antes de se tornar um ser humano, o homem vive experiências nos vários reinos da natureza, mineral, vegetal, animal.  À resposta do Tio Durval, vi-me transformada em um leão feroz, a estraçalhar, com os dentes pontiagudos, a presa. _ Cruzes!...
Quando num dia triste de outono, Tio Durval se foi deste mundo, sentimo-nos desamparados: "como continuar, sem a sua firmeza ou doçura, sem o seu amor?", pensávamos. Acompanhamos-lhe, consternados, o féretro _ ao qual, supúnhamos, seguiriam centenas das milhares de pessoas às quais ele estendera as mãos. Nele, contava-se pouco mais do que trinta pessoas.
Deu-se, então, um fato inusitado: os presentes, diante do tanto de bondade e de amor recebidos ou, testemunhados, viram-se à necessidade (premente, visto que partia) de expressar-lhe gratidão e, puseram-se a discursar, ininterrupta e infindavelmente (tamanho era o seu sentimento):
_ Alguém deseja prestar mais uma homenagem ao nosso amigo? _ perguntava-se.
E mais um discurso. E outro. E mais outro.
Sob o sol do meio-dia, os funcionários do cemitério aguardavam para levá-lo ao túmulo _ faziam-no com as cabeças sobre o cabo das enxadas e certo ar de contrariedade no rosto.
Até que à nossa limitação verbal, findaram-se os discursos. Despedimo-nos dele. Tornarmos às  nossa casas; tristes, porque somos humanos; felizes, no entanto, ao privilégio de sermos parte da sua família espiritual. _ Quanto o amamos!...

domingo, 11 de agosto de 2013

O perfil


Que não me engane a foto do perfil _ a mulher que vejo não sou eu. Não mais os cabelos semilongos e o sorriso ensaiado; não mais. Da mulher da foto trago os olhos sob as lentes dos óculos que me resguardam o suficiente da maldade dos olhos alheios _ de maldade basta-me a própria e, como pesa!...  
Tampouco sou o que agora aparento ser _ ou o que aparentei, tempos atrás. Quem (ou o que) serei então?... Quando souber, digo-me, pois ando em busca de certezas.
Também não quero ser a sombra sem rosto tornada disponível pelo "site" _ embora existam coisas que não queira revelar, nada tenho a esconder (se é que me entendes), porque tenho identidade,  tenho alma. Porém, se a identidade for irmã-gêmea do Ego, um dia também me livrarei dela. Mas, dou-me uma dica (que poderá servir-te, caso intentes conhecer-me um pouco mais): o negror do qual, às  vezes, reveste-se a minha alma, jamais permanece nela. Sou do dia, não da noite; da luz, não das sombras. Foi como escolhi ser. Gosto de árvores, de passarinho, criança, cachorro e borboleta. Gosto de  boa música e de poesia. Gosto também de livros. Aprecio a claridade do sol (embora a relação ardente com a lua) e a companhia de gente honesta e simples.
Anseio por ter a alma limpa e as contas pagas.
Na busca por revelar-me, descobri que na alegria todos me bastam; no sofrimento, apenas uns poucos _ a estes daria uma parte de mim, se necessário fosse.
Há pouco, quando sombras pairavam sobre a minha cabeça e eu caminhava sobre um pequeno abismo, pude ver um pouco de mim mesma e um tanto dos que estavam à  minha volta.  Disso restou o que pareço ser agora _ embora não me iluda quanto a isto, porque sou assim: à vera. Só por enquanto.  Enquanto tenho uma forma.