terça-feira, 15 de outubro de 2013

Musica, não droga!... __ I




Olhando a mudinha bem de perto, deslumbrada, vi mover-se lhe o caule, lentamente, em direção ao céu.
Curiosa, acompanhei-lhe o movimento: ele, como se estivesse ciente de mim, exibia-se, numa espécie de dança _ compassadamente, ora para a direita, ora para a esquerda.
Meus olhos, preocupados em não perder qualquer  detalhe do estranho espetáculo, seguiam-no, ora para a direita, ora para a esquerda. Acompanhavam-nos o pescoço, e também a cabeça; vagarosamente, num gesto quase que imperceptível. Subitamente, estacou-se me o movimento dos olhos, do pescoço, da cabeça: o órgão  vigilante (que aos demais comandava), inesperadamente vira surgir no pequeno caule, minúsculas protuberâncias, quais pequeninos ventres, que, abrindo-se, fizeram despontar no caule já um tanto crescido, um galhinho aqui, outro ali, outro acolá _ eles, ao surgirem, faziam-no de baixo para cima, da direita para a esquerda. Retomei o movimento dos olhos, do pescoço, da cabeça. Dos galhos surgiram folhas que brotavam: de baixo para cima, da direita para a esquerda (sempre rumo ao céu); segui-o, incontinenti _ movia os olhos, o pescoço e a cabeça , da direita para a esquerda, de baixo para cima (pausa)...
O caule, agora adulto, tinha no seu topo um ventre inchado, macio e cor de-rosa, do qual vi brotar uma pétala. E outra, e mais outra, e outras mais; de fora para dentro, em  todas as direções _ restou no seu centro, diminuto botão.
Diante de tamanho deslumbre, paralisou-se me por completo o movimento! _ Minha Nossa Senhora, que viagem!... 
Tudo ao som de "Epona", by Enya.

Um comentário:

  1. Lindo amore, vc sempre me surpreendendo pela grandeza do espírito e da vida. Surpreende não por não saber desta grandeza, mas por de repente, sem esperar faz surgir lágrimas aos meus olhos e inunda minha alma do doce sabor da contemplação do que há de mais lindo no universo. Bj, amo você minha amiga-irmã.

    ResponderExcluir